Brasileiro que ajudou a fundar o Facebook

Sempre tem mãozinha brasileira em tudo, não é mesmo? HAHA Confiram a reportagem do UOL Tecnologia, abaixo.

 

Arquivo pessoal/Facebook

Eduardo Saverin (esq.) e Mark Zuckerberg (dir.) aparecem juntos com colegas de Harvard

Ainda que o Facebook não esteja entre os sites mais usados por brasileiros, um paulistano chamado Eduardo Saverin foi uma das figuras centrais na criação da rede social mais popular do mundo – o site já ultrapassa os 500 milhões de usuários, contra cerca de 85 milhões do Orkut. A estreia nos EUA do filme "A Rede Social", baseado no livro “Bilionários por acaso - A criação do Facebook”, tirou o brasileiro de seu "quase" anonimato. Agora, com o lançamento no Brasil do livro que inspirou o longa, o UOL Tecnologia traz a história (e curiosidades) desse brasileiro que ficou bilionário com a rede social. A publicação da Editora Intrínseca chega às livrarias nesta sexta-feira (22) com preço sugerido de R$ 29,90.

Saverin é uma das principais fontes utilizadas pelo escritor Ben Mezrich (no filme que estreia no Brasil em dezembro, ele é interpretado por Andrew Garfield, o futuro Homem Aranha). O longa ganhou repercussão bem maior que o livro, ao mostrar Mark Zuckerberg, diretor-executivo do Facebook,  como um jovem nerd e brilhante tentando "se dar bem" com as garotas da universidade e passando por cima dos amigos cofundadores do Facebook – especialmente Saverin. Os dois tiveram grandes divergências quando a rede social começou a crescer rapidamente, assim como seu potencial como fonte de dinheiro rápido.

As informações disponíveis sobre o brasileiro estão presentes principalmente no livro “Bilionários por acaso” e em seu perfil na rede social que ele mesmo ajudou a criar. Saverin é resistente a entrevistas – não houve resposta para as tentativas de contato do UOL Tecnologia – e, por isso, ele surpreendeu a todos quando rompeu o silêncio, na semana passada, com um post publicado no blog de convidados da rede "CNBC".

Mas Saverin não usou o espaço para fazer críticas a Zuckerberg ou contar sua versão dos fatos. No texto escrito em inglês (ele cresceu em Miami e estudou em Boston), o brasileiro afirmou que a experiência de se ver retratado na tela do cinema era um tanto estranha e que assistiu ao vídeo com "espanto e sem resistência". Depois de tudo, disse ter percebido que "o filme tinha a clara intenção de ser uma diversão e não um documentário baseado em fatos reais".

"Espero que o filme inspire muitas outras pessoas a criar e dar um salto em novos negócios. Com um pouco de sorte, elas poderão mudar o mundo", conclui o bilionário.

Do Brasil para os EUA

Apesar de ter nascido no Brasil, o vínculo de Saverin com o país é tênue. Ele nasceu em março de 1982 em São Paulo, mas em 1993 foi morar com a família em Miami, nos Estados Unidos, país onde permanece até hoje. O motivo, segundo o livro “Bilionários por acaso”, foi a descoberta que Eduardo Saverin estava na lista de “possíveis sequestrados”, em função da riqueza de seu pai.

Em 2003, Saverin iniciou o curso de Economia na universidade de Harvard. Foi lá onde conheceu Mark Zuckerberg, logo que entrou no curso. No ano seguinte, eles fundaram o “Thefacebook”, que mais tarde tornaria-se a maior rede social do mundo.

Zuckerberg, estudante de Ciência da Computação, já tinha experiência na criação de outras duas redes sociais embrionárias (a Coursematch, que permitia aos alunos verem listas dos matriculados na universidade, e a Facemash, rede que “media” a atratividade dos estudantes).

O “Thefacebook” fez grande sucesso entre os estudantes de Harvard em pouco tempo: em 24 horas, havia 1,2 mil inscritos, segundo o jornal "The Guardian". Em um mês, metade dos alunos da graduação já utilizava a rede. Com a abertura a outras universidades, a rede social acabou crescendo num ritmo rápido.

O perfil oficial dos fundadores, no próprio Facebook, diz que “Eduardo” administrou o desenvolvimento de negócios e aspectos comerciais da rede social em seus primeiros anos.

Os problemas vieram quando os dois começaram a divergir quanto ao rumo da rede social, conforme escreveu David Kirkpatrick, autor do livro "The Facebook Effect: The Inside Story of the Company That Is Connecting the World" (ainda não disponível em português). Enquanto Zuckerberg queria “engordar” o “Thefacebook” com mais usuários, Saverin era a favor de “engordar” as receitas do site, com a inserção de mais espaços publicitários.

Sem chegar a um acordo sobre o futuro da rede social, Saverin deixou a empresa e continuou os estudos em Harvard. Enquanto isso, Zuckerberg largou a faculdade e mudou-se para a Califórnia.

Um ano depois, o Facebook processou Saverin, alegando interferência do brasileiro nos negócios da empresa. De acordo com a "Forbes", o intuito era diminuir sua participação nos ganhos totais. Ele processou a rede social de volta, depois de ver a participação de 24% no capital do Facebook ser reduzida para menos de 10%. Saverin ganhou a ação judicial e mantém até hoje 5% nos ganhos da empresa. Ainda segundo a "Forbes", o brasileiro é o 356º homem mais rico do mundo, com uma fortuna estimada em US$ 1,15 bilhão.

Arquivo pessoal/Facebook

O Facebook processou Saverin, alegando interferência do brasileiro nos negócios. Ele processou a rede social de volta, depois de ver a participação de 24% no capital do Facebook ser reduzida para menos de 10%. Ganhou a ação e mantém até hoje 5% nos ganhos

Você sabia?

De acordo com o livro “Bilionários por acaso”, ainda no tempo de universidade Saverin ganhou US$ 300 mil ao negociar petróleo. Na época, ele fazia parte da Associação de Investidores de Harvard.

Eduardo mantém dois perfis no Facebook: um pessoal e outro público. No pessoal, ele revela que entre seus filmes favoritos estão "Anjos e Demônios", "Karatê Kid" e "This is it", que mostra os últimos detalhes da turnê de Michael Jackson. Quanto aos programas de TV favoritos, Eduardo lista o "The Oprah Winfrey Show" e o "60 minutes", atração jornalística da CBS. No profissional, há apenas algumas fotos dele e grupos de discussão de internautas.

Ao chegar aos Estados Unidos, Saverin estudou em um colégio preparatório para entrar em Harvard chamado Gulliver Schools. Blake Ross, um dos criadores do Mozilla Firefox, também estudou na mesma instituição.

Eduardo Saverin e Mark Zuckerberg faziam cursos diferentes em Harvard. No entanto, um dos motivos que levou Saverin a aproximar-se dele foi um boato que Zuckerberg havia recusado um convite para trabalhar na Microsoft.  A especulação era que a empresa pagaria entre US$ 1 milhão e US$ 2 milhões para Zuckerberg, quando ele ainda cursava o equivalente ao ensino médio.

O primeiro investimento no Facebook foi de US$ 1 mil de Eduardo Saverin para comprar servidores. Na época, a rede social era restrita a usuários de Harvard. O objetivo da rede era integrar os alunos da instituição.

  Segundo Ben Mezrich, autor do livro “Bilionários por acaso”, inicialmente 70% do Facebook era de Mark Zuckerberg e o restante de Eduardo Saverin. Após processos judiciais, hoje estima-se que Saverin tenha 5% das ações da empresa.

Eduardo Saverin, diferente de Zuckerberg, seu antigo sócio, terminou o curso em Harvard. Ele formou-se em Economia com “altas honras” (ou magna cum laude). Esse título, usado em algumas universidades, diz respeito à pontuação do aluno. “Magna cum laude” é o nível intermediário entre “com honras” (cum laude) e “máximo com louvor” (summa cum laude).

Eugênio Saverin, avô de Eduardo, era alemão e veio refugiado para o Brasil. Em 1952, ele fundou a Tip Top, marca de roupas infantis, e trouxe para o mercado um dos primeiros modelos de macacão para criança. Em 1987, Eugênio vendeu a empresa para o grupo TDB, que até hoje controla a marca.

Os pais de Eduardo Saverin são Daniel e Jaqueline Saverin. Daniel, inclusive, chegou a trabalhar com o pai, Eugênio Saverin, na fábrica de roupas infantis.

EFE

Eduardo Saverin é representado pelo ator Andrew Garfield (à dir.) no filme "A Rede Social"

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